Nós, mulheres maias que vivemos sob os efeitos dos Estados
de sítio em Guatemala, que presenciamos o recrutamento militar forçoso, que
estivemos sentadas nos ônibus quando um encapuchado subia para identificar
pessoas. Nós, as sobreviventes da guerra em Guatemala, queremos manifestar o
seguinte:
1. Repudiamos e criticamos os três membros da Corte de
Constitucionalidade: Héctor Hugo Pérez Aguilera (Presidente da Corte), Roberto
Molina Barreto e Alejandro Maldonado Aguirre. Eles se arrogam a autoridade para
negar um processo onde o genocida Ríos Montt foi julgado por um tribunal, mas
também julgado por todas/os nós.
2. Que o enunciado nos testemunhos das mulheres e
homens Ixiles não se pode apagar, suas palavras mostraram o núcleo da guerra em
Guatemala, que se concentrou de muitas formas em acabar com os povos maias. Que
os informes dos peritos são claros: houve uma cadeia de mando na execução dos
atos. Que em 15 dias se utilizaram 8.242 cartuchos para as operações de
extermínio em territórios Ixiles. Isto não pode ser anulado por uma simples resolução.
3. Criticamos o culto à forma do processo penal que se
faz nos tribunais por parte de juízes e magistrados, que se esquecem serem
dramas humanos os casos que resolvem.
4. Queremos que isto nunca mais se repita, no entanto,
as ações dos membros da CC abrem as portas para os genocidas seguirem atuando
impunemente.
5. Manifestamos nossa total solidariedade e
incondicional apoio à Asociación para La Justicia y La Reconciliación – AJR – e
ao Centro para la Acción Legal en Derechos Humanos – CALDH – cujos trabalhos
incansáveis agradecemos, assim como motivamos que sigam com passos firmes nesta
luta de todas e todos contra a impunidade.
6. Pedimos solidariedade, ações de denúncia e
acompanhamento de todas e todos. Esta é uma luta pela memora e pela justiça guatemalteca
e latino-americana.
Ixmulew, 20 de Maio de 2013
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Comunicado original en castellano (hagan click sobre el archivo para poder leer):
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