Amigxs, traduzi ao português
este documento sobre a grave situaçao que vive Cajamarca hoje. Abçs. Danilo. ABAIXO HÁ BELAS FOTOS
Para novas adesões, enviar e-mail a congapronunc@gmail.com, preferência com
nome completo (pessoal ou institucional), nacionalidade e número de documento.
PRONUNCIAMENTO:
IMEDIATO LEVANTAMENTO DO ESTADO DE EMERGÊNCIA
EM CAJAMARCA!
Frente à decisão do governo peruano de declarar
o Estado de Emergência em quatro distritos da região de Cajamarca e frente à
intervenção das Forças Armadas como resposta aos protestos pacíficos contra o
projeto mineiro Conga, da empresa mineira Yanacocha, manifestamos:
- O projeto Minas Conga implicaria, entre outras coisas, a destruição de quatro lagoas e a construção de um poço aberto sobre cinco bacias hidrográficas. Pelo tamanho colossal do projeto e por sua localização, terá consequências incalculáveis contra o meio ambiente, a biodiversidade, a saúde humana, a agricultura e a pecuária.
- Longe de ser produto da “manipulação” de grupos “radicais”, como sugeriram grupos de poder e setores do governo, os protestos são legítimos e mostram a real preocupação de um povo que conhece os impactos da mineração a céu aberto, depois de quase 20 anos de presença da empresa mineira Yanacocha em Cajamarca.
- O conflito em Cajamarca é parte de um cenário muito mais amplo de ausência de uma política nacional para o desenvolvimento rural, com ênfase especial na pequena agricultura (andina), e de conflitos provocados por uma atividade mineira sem regulação, que não contribui adequadamente ao desenvolvimento sustentável local, frequentemente vulnera os direitos das populações locais e danifica o meio ambiente.
- O Diálogo sempre é o caminho idôneo para resolver os conflitos em democracia. No entanto, para tal se requer a boa fé das pares, paciência e vontade para considerar todas as possíveis saídas do conflito.
- Pelas séries de objeções técnicas, como as expressas pelo Informe do Ministério do Ambiente, e a massiva recusa da população de Cajamarca e de outros lugares do país, o diálogo deveria implicar considerar a possibilidade de cancelar o projeto Conga. Porém, o governo insistiu que o projeto tem que ir de todas as maneiras, e que o diálogo somente serve para definir as condições necessárias para que haja “mineração responsável”.
- A declaração de Estado de Emergência revela que as organizações sociais e os conflitos estão sendo tratados tal como no governo anterior. Longe de reconhecer a legitimidade dos protestos e de seus líderes, procura-se “resolver” os conflitos mediante o uso da força, da militarização e da criminalização, o que faz que mantenhamos sérias dúvidas sobre se o governo peruano tem ou não vontade de diálogo sobre o futuro da zona e a (in)viabilidade do projeto Conga.
- Enquanto o Estado tem a obrigação de proteger seus cidadãos, inclusive durante situações como o Estado de Emergência, segundo os tratados internacionais e o marco constitucional, é responsabilidade direta do Presidente da República qualquer situação de grave vulneração de direitos que possa ocorrer.
Por tanto:
- Nós nos solidarizamos, do lugar no mundo em que nos encontramos, com a luta do povo cajamarquino, e subscrevemos seu pedido de declarar inviável o projeto Conga, pelas razoes técnicas e sociais sustentadas pelas autoridades e pelos dirigentes da zona.
- Recusamos energicamente a declaração de Estado de Emergência em Cajamarca, uma vez que ela piora as condições para um diálogo real sobre o projeto Conga entre as partes involucradas, e poderia gerar situações de violência, repressão e militarização.
- Alertamos que esta medida pode ser um precedente perigoso para a política deste governo em relação aos conflitos sociais, pois tal medida está respaldada por um marco legal que tem, inclusive, uma demanda de inconstitucionalidade no Tribunal Constitucional.
- Recordamos ao presidente Humala que os protestos em Cajamarca expressam a vontade de mudanças reais no atual modelo de desenvolvimento, que ele mesmo prometeu impulsionar em sua campanha para a Grande Transformação do Peru, quando falou de defender a água, a terra e a vida de todas e todos os peruanos.
- Invocamos que o governo peruano receba este questionamento e realize as mudanças prometidas, construindo junto com a população um modelo autenticamente descentralista e democrático, onde as pessoas possam decidir sobre suas vidas, utilizando ferramentas como a organização territorial, a zonificação econômica e ecológica participativa, a revisão técnica e independente dos Estudos de Impacto Ambiental, e mecanismos de consulta prévia, livre e informada, superando o extrativismo primário exportador para impulsionar um desenvolvimento sustentável. Esse é o caminho que o povo peruano expressou nas passadas eleições presidenciais, e não a militarização dos conflitos para garantir projetos de mineração que financiem “programas sociais”.
Para tal é necessário que se levante de
imediato o Estado de Emergência e se inicie um processo de diálogo real, que
retome os acordos conseguidos no domingo passado entre a delegação presidida
pelo Premier Lerner Ghitis e as autoridades e dirigentes de Cajamarca, pelas objeções
técnicas, sociais e políticas apresentadas pelas organizações sociais e
autoridades locais e regionais de Cajamarca. Finalmente, para evitar que estes
cenários sigam se repetindo, requer-se de uma nova institucionalidade orientada
a garantir os direitos ambientais e sociais das comunidades e do povo peruano
em geral.
Lima, 5 de dezembro de 2011
AcSur
Las Segovias
Movimiento
por el Poder Popular
Movimiento
Tierra y Libertad
Programa
Democracia y Transformación Global
Novas adesões
O povo defendendo uma das lagoas a ser consumida pela empresa minera:
Novas adesões
O povo defendendo uma das lagoas a ser consumida pela empresa minera:
O povo unido, jamais será vencido!
ResponderEliminar